autora: Holly Blacklido em 2014 e postado em 2017Poppy, Zach e Alice sempre foram amigos. E desde que se conhecem por gente eles brincam de faz de conta – uma fantasia que se passa num mundo onde existem piratas e ladrões, sereias e guerreiros. Reinando soberana sobre todos esses personagens malucos está a Grande Rainha, uma boneca chinesa feita de ossos que mora em uma cristaleira. Ela costuma jogar uma terrível maldição sobre as pessoas que a contrariam. Só que os três amigos já estão grandinhos, e agora o pai de Zach quer que ele largue o faz de conta e se interesse mais pelo basquete. Como o seu pai o deixa sem escolha, Zach abandona de vez a brincadeira, mas não conta o verdadeiro motivo para as meninas. Parece que a amizade deles acabou mesmo... Mas, de repente, Poppy conta para os amigos que começou a ter sonhos com a Rainha – e também com o fantasma de uma menininha que não conseguirá descansar enquanto a boneca de ossos não for enterrada no seu túmulo vazio. Então, Poppy, Zach e Alice partem para uma última aventura a fim de ajudar o fantasma da Rainha a encontrar seu descanso eterno. Mas nada acontece do jeito que eles planejaram... A missão se transforma em uma jornada de arrepiar. Será que a boneca é apenas uma boneca ou existe algo mais sinistro por trás desses fatos? Poppy está mesmo dizendo a verdade ou tudo isso não passa de um truque para que voltem a brincar juntos? Se existe mesmo um fantasma, o que vai ser das crianças agora que elas estão nas suas mãos? Confesso que vai ser bem difícil fazer uma resenha sobre esse livro porque ele me marcou demais na época em que li. A leitura é muito boa, mas o começo é meio chato porque mostra apenas a ficção que as crianças criaram e é tudo fantasioso demais quando não entendemos o contexto. Depois começa a ficar mais legal e entendemos que os três amigos criaram essa história como uma espécie de fuga do mundo totalmente hostil em que vivem:
É o pai de Zach quem praticamente começa a história. Desiludido pelos próprios sonhos que não conseguiu realizar, decide controlar a vida do filho para que ele seja um jogador de basquete profissional, mas entende que, pra isso, ele não pode mais brincar e joga fora todos os seus bonecos. Zach fica com muita raiva, mas esconde isso de todos e diz simplesmente que não quer mais brincar. Tudo seria muito mais fácil se ele simplesmente contasse a verdade no começo (e isso o livro deixa claro ao longo da narrativa). Entretanto, como ele não conta, as crianças começam a brigar. Isso até Poppy dizer que sonhou com a grande rainha dizendo que é um fantasma que não consegue descansar em paz e, por isso, eles devem procurar enterrá-la. No começo ninguém acredita, mas eles viajam assim mesmo. Logicamente se a história fosse só isso, ela não me interessaria nem um pouco porque, como cristã, não acredito nesse tipo de coisa e nem pra entretenimento é proveitoso. Entretanto, o que me fascinou são duas coisas complementares entre si: nós não sabemos se essa história de fantasma é verdadeira ou se Popy inventou tudo, e o tema central do enredo é o amadurecimento. Nós vemos claramente o quanto as crianças mudam em tão pouco tempo e o quão complicado isso é pra elas. Eu li esse livro em uma época que, pra mim, também foi difícil. Eu sabia que precisava voltar a ser como criança, mas quanto mais tentava pior eu ficava (já contei isso em alguns testemunhos). A vida (tanto normal quanto espiritual) segue um ciclo: somos inocentes, crescemos e devemos voltar a ser como crianças de novo. Entretanto, esse ser como criança não é ser infantil ou imaturo e sim ser simples porque a simplicidade é o segredo da maturidade cristã. O problema é que a criança é naturalmente inocente, mas inconsciente; e quando crescemos tendo consciência perdemos a inocência. Por isso, precisamos aprender a ser conscientes e, ao mesmo tempo, inocentes. Não dá pra ser inocente pra sempre, mas também não dá pra ser maduro em Deus sendo como adulto nesse mundo. O mundo adulto quer o tempo todo que sigamos os padrões da sociedade, sejamos independentes, aprendamos a mentir e que deixemos de crer no que é fantástico. Já a maturidade em Deus é muito mais parecida com o universo infantil do que com o que a sociedade tanto persegue. Como diz C.S Lewis: "Um dia você será velho o bastante para voltar a ler contos de fadas." A diferença é que a vida cristã apesar de ter todos os elementos do fantástico é ainda mais real e significativa do que tudo o que o mundo chama de real. Por isso, acredito totalmente que as histórias infantis nada mais são do que alegorias para o cristianismo (escrevi um texto sobre isso quando resenhei o livro “Era uma vez”). “Quando o pai de Zach foi embora, três anos antes, ele disse que montaria seu próprio restaurante na Filadélfia, iria à Itália para estudar como as massas eram feitas e estava conseguindo um horário na TV para fazer um programa noturno, e transformaria isso em uma fortuna. Porém, dois meses depois, ele voltou e foi morar em um dos horríveis apartamentos na maior e menos conservada casa vitoriana e entrava e saía da vida de Zach ao sabor do vento, até finalmente voltar para a casa deles. Era como se a cidade tivesse algum tipo de influência gravitacional nas pessoas que moravam ali. Porém, enquanto Zach ainda pensava naquilo, ele sabia que era apenas mais uma história. Papai estava de volta porque não conseguira aguentar a cidade grande. Isso era tudo. Ele se perguntava se crescer era descobrir que a maioria das histórias não passava de mentira.” “Se fossem reais, então talvez o mundo fosse grande o bastante para ter mágica. E, se existisse mágica — mesmo mágica ruim, e Zach sabia que era mais provável existir mágica ruim do que qualquer tipo de mágica boa —, talvez nem todo mundo tivesse que ter uma história como a do seu pai, uma história do tipo que todos os adultos que ele conhecia contavam, sobre desistir e crescer amargo. Ele poderia ter ficado envergonhado por desejar mágica em casa, mas lá no bosque parecia possível. Ele olhou para os olhos cruéis e sem vida da boneca, tão perto que ela poderia ter tocado no rosto dele.” "Há pessoas que fazem coisas e pessoas que nunca fazem... Que dizem que vão fazer, mas simplesmente não fazem. Eu queria ter uma missão. E, agora que tenho uma, não vou recuar. Não vou para casa até terminá-la." “Não é justo. A gente tinha uma história, e nossa história era importante. Eu odeio o fato de vocês dois poderem simplesmente ir embora e levar parte da minha história com vocês e nem se importarem. Odeio o fato de vocês poderem fazer o que precisam fazer e eu não. Odeio o fato de que vocês vão me deixar para trás. Odeio o fato de todo mundo chamar isto de crescer, mas parece que é morrer. Parece que cada um de vocês foi possuído e eu sou a próxima.” Não vou dar spoilers aqui e contar se tudo aconteceu de verdade ou não (será que dá uma terceira opção?). Entretanto, a lição principal que todos aprenderam é que mudanças são inevitáveis, mas isso não significa que sejam sempre ruins. Afinal, uma jornada precisa nos mudar pra ter valido a pena! Spoiler: No final, Poppy contou que realmente inventou tudo porque ela queria ter uma história real para que permanecessem juntos. Entretanto, o que ela inventou realmente era realidade e eles descobriram isso.
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Autor: Robin Sloan lido em 2014 - postado em 2017A recessão econômica obriga Clay Jannon, um web-designer desempregado, a aceitar trabalho em uma livraria 24 horas. A livraria do Mr. Penumbra — um homenzinho estranho com cara de gnomo.
Tão singular quanto seu proprietário é a livraria onde só um pequeno grupo de clientes aparece. E, sempre que aparece, é para se enfurnar, junto do proprietário, nos cantos mais obscuros da loja, e apreciar um misterioso conjunto de livros a que Clay Jannon foi proibido de ler. Mas Jannon é curioso… O livro foi contra todas as minhas expectativas. Pensei que seria uma história de fantasia sobre bruxaria e coisas semelhantes. Às vezes, gosto de ler e ver para saber como funciona o outro lado porque sempre jogam verdades na nossa cara (como no filme “O destino de Júpiter” que resenhei há poucos dias). Entretanto, mesmo com muitos elementos insólitos, a história é bem realista e, ao mesmo tempo, perturbadora. Sem dar muitos spoilers, mas existe uma sociedade secreta centenária que busca o segredo da imortalidade através de livros antigos! O problema é que, depois começa a ficar meio chato e monótono com inúmeras descrições sobre o funcionamento de tecnologias modernas e coisas semelhantes. O vai e vem de personagens que não saem do lugar também incomoda um pouco. Fiquei angustiada (no sentido existencial) com a busca de vida eterna fora do cristianismo (porque só Jesus pode dar vida realmente eterna e feliz), mas o tal segredo da imortalidade no final das contas não é nada blasfemo e até faz sentido. Não tem nada a ver com seitas nem heresias, satanismo, bruxaria ou coisas do tipo. É algo bem real e que não deixa de ser surpreendente quando é revelado no final. Spoilers: Os membros do tal clube estavam sendo enganados porque o segredo da imortalidade nada mais era do que escrever porque quem escreve continua vivo através do que escreveu. Autora: Lycia Barroslido em 2014 - postado em 2017Enzo é um menino intelectual e aplicado nos estudos que não se importa em ser ridicularizado pela maioria dos colegas de turma.
Ao lado de seu amigo Leandro, entra e sai do colégio com uma vida monótona e sem grandes emoções. Entretanto, há alguém que sempre balança a serenidade de Enzo: Rafaela, sua vizinha de frente, por quem Enzo é apaixonado desde a infância e é sua colega de turma. Porém, linda e popular entre os estudantes, Rafaela não se dá conta da sua existência até que um dia, em uma excursão do colégio, ambos se perdem juntos na mata. Rafaela e Enzo começarão a se conhecer melhor e perceberão o quanto estavam enganados a respeito um do outro. Mas será que esse conhecimento resultará em uma grande amizade? Será que o amor de Enzo sobreviverá além das aparências? Afinal, quem é verdadeiramente a garota do outro lado da rua? Eu já havia lido outro livro da autora (se não me engano em 2012) chamado “A bandeja”. Gostei bastante, mas não me lembro de quase nada. Por isso, tinha certeza que gostaria desse. Além disso, o começo da história também se parece com um livro que li no ensino fundamental chamado “A deusa da minha rua”. Em alguns momentos, lembra um pouco o filme “Cidades de papel” (assisti em 2015 e já resenhei aqui). A sinopse já diz praticamente tudo: o nerd que é apaixonado secretamente pela garota mais popular do colégio, que praticamente nem sabe da sua existência. Entretanto, um dos diferenciais é a forma que a autora narra: primeiro pelo ponto de vista de Enzo e depois pelo de Rafaela. No começo, há um trecho que parece totalmente deslocado e sem sentido e à medida que a história vai se aproximando do final fica mais incompreensível ainda, mas depois tudo se encaixa. Não vou dar spoilers aqui, mas preciso dizer que o livro mostra porque não podemos idolatrar as pessoas. Outro ensinamento importante é que precisamos aprender a valorizar as verdadeiras amizades, ao invés de nos importarmos com a opinião dos outros. Entretanto, a principal lição é que devemos olhar para nós mesmos porque muitas vezes achamos ruim quando as pessoas fazem certas coisas conosco, sem nos darmos conta de que estamos fazendo exatamente o mesmo. Spoiler: Depois da excursão, Rafaela continua ignorando Enzo e quando ele tira satisfação, ela diz que podem ser amigos apenas fora da escola porque ela se importava mais com a opinião das falsas amigas do que em cultivar verdadeiras amizades. Quando se “desencanta” dela, Enzo percebe que estava tratando Alana da mesma forma que Rafaela sempre o tratou e resolve dar-lhe uma chance. É dela o poema do começo do livro. “Lembrei-me também que uma vez li que não é bom que cheguemos muito perto de um ídolo, pois ao tocá-lo o dourado poderia escorrer-nos nas mãos. E era a pura verdade, pois as minhas mãos, agora, já estavam manchadas.” postado em 20172014 foi um ano bem difícil pra mim (vocês devem se lembrar disso nos testemunhos). Por isso, não li tanto e mesmo o que li não me recordo direito, mas vou tentar escrever da melhor maneira possível. Lembro que li alguns livros de Agatha Christie. Todos os livros dela são bons, mas resenhar é muito complicado porque grande maioria segue a mesma fórmula e qualquer coisa dita se torna spoiler. Li dois infanto-juvenis: “Terror na festa” (Janaína Amado) e “Agitação a beira mar” (Leusa Araújo) que são ótimos, mas não recordo muito bem e os meus escritos são insuficientes pra resenhar. Além disso, li uma trilogia cristã que me fez muito bem na época (ou pelo menos pensei que fez), mas hoje não sei o que dizer sobre aquilo e, por essa razão, prefiro fazer silêncio total. Autora: Sonia Fernández-Vidal lido e postado em 2017Laila terminou o ensino médio e, enquanto decide que carreira seguir, consegue um emprego como garçonete no CERN, um dos centros de pesquisa nucelar mais avançados do mundo. Cercada de “nerds” por todos os lados, a protagonista de Quantic Love – O romance que resolve a equação do amor vai descobrir que a ciência pode ser sexy e que o amor é a energia mais poderosa do universo. Uma das mais importantes escritoras de divulgação da ciência em língua espanhola e bestseller em seu país, Sonia Fernández-Vidal constrói uma história de amor para jovens que mostra o lado humano da ciência. Confesso que o livro me decepcionou bastante. Em 2015, li um infantil da mesma autora chamado “A porta dos três trincos” que é, simplesmente, fascinante. Pensei que esse seria da mesma forma, mas não foi. O começo é bem interessante. Laila fala sobre a sua família, o seu sonho de fazer faculdade e que o trabalho poderia ser a porta de entrada pra tudo isso. As cartas que ela escreve ao pai também são excelentes. Às vezes o futuro sussurra algo em nosso ouvido por um breve instante. Alguns chamam isso de premonição; outros, de intuição. Eu sei apenas que quando entrei naquele avião soube que tudo ia mudar. A Laila que deixava Sevilha com destino à Suíça não voltaria jamais.” Só que, do meio para o final, se torna apenas uma história totalmente mundana de sexo, drogas, vícios e relacionamentos sem compromisso. Laila se divide entre dois amores, mas sempre sabemos de qual ela gosta de verdade. O mistério em relação a Brian também não emplaca nem um pouco. Outra coisa que me incomodou bastante foram todas as referências ocultistas. Até em Shambalah ela chega a falar. Quando ela conta do CERN que é um projeto transnacional e fala que isso é pra evitar coisas erradas é um pouco suspeito porque aquilo lá é meio estranho, preocupante e pode ser não totalmente do bem. Quem quiser, é só pesquisar o ritual de abertura que fizeram lá que foi cheio de referências satanistas e ocultistas. No começo do livro há um personagem que ajuda bastante e parece que será de grande importância, mas, simplesmente, desaparece e a coisa fica totalmente no ar... autor: Joe Schreiberlido e postado em 2017O que você seria capaz de fazer para conquistar seu grande amor?
A maioria das pessoas provavelmente pensaria em comprar flores ou chocolates. Uma ou outra apostaria em um jantar a dois ou numa declaração de amor escrita num papel perfumado. Mas encolher-se quanticamente a ponto de entrar na corrente sanguínea do ser amado para ter a chance de convencer os neurônios dele a se apaixonarem por você – essa ideia só poderia sair da cabeça de um gênio de 13 anos como Lenny Cyrus. Com QI demais e traquejo social de menos, o personagem criado por Joe Schreiber é o protagonista de Lenny Cyrus, o supervírus, lançamento infanto juvenil da Globo Livros. Filho de dois vencedores do Prêmio Nobel e dotado de uma inteligência acima do normal, Lenny coloca toda sua mente para funcionar para conseguir entrar na cabeça e no coração da menina por quem é apaixonado, Zooey Andrews, uma descolada colega de escola que parece não notar sua existência. A única pessoa com quem Lenny divide seu segredo é o melhor amigo, Harlan. Mas nem mesmo o bom senso de Harlan consegue refrear a capacidade imaginativa de Lenny, que descobre uma forma de reduzir seu tamanho ao de um vírus e de entrar no corpo de Zooey para tentar contar à menina sobre seu amor – não sem antes passar por uma incrível aventura pelo sistema circulatório da garota, fazer amizade com algumas células do seu corpo, cair na farra com seus hormônios e, finalmente, se dirigir ao cérebro com a missão de declarar seus sentimentos. Tudo, claro, sem esquecer de um importante detalhe: o garoto precisa cumprir todo seu itinerário em algumas horas, antes que seu corpo volte ao tamanho normal. Encerrado esse limite, se ele ainda estiver dentro do organismo de Zooey, será o fim de ambos. Inspirado nos filmes Viagem Insólita (1987) e Querida, encolhi as crianças (1989), Lenny Cyrus, o supervírus conta a história alternando os pontos de vista de Zooey, Harlan e do próprio Lenny, que lidam não apenas com paixões não correspondidas, mas com ciúmes, expectativas, relacionamentos complicados com os pais e com os colegas mais valentões, e com outros de dramas típicos da adolescência. O que dizer? A sinopse praticamente fala tudo sobre a história... A única coisa que me resta é dar minha opinião. O começo é bem interessante, mas um pouco confuso. No meio começa a ficar um pouco chato porque o autor dá todas as descrições metabólicas do organismo e demora demais nessa parte. Já o final é muito legal e ainda consegue surpreender. De lição o que fica é:
Spoiler: Desde o começo do livro, vemos que Lenny tem ambição por Zoey porque tem vergonha de se aproximar achando que ela não gosta dele, mas ela age do mesmo jeito porque também pensa igual e, por isso, nenhum dos dois toma a iniciativa. Zoey passa mal durante o livro todo e tanto Harlan como o leitor pensamos que é por causa de Lenny que está dentro dela, mas, na verdade, era porque sua colega a tentou envenenar para tomar seu lugar na peça de teatro que estava desenvolvendo. No final das contas, a presença de Lenny acaba ajudando. Também fiquei muito revoltada ao ver que os pais de Lenny não se importavam nem um pouco com ele, mas apenas com seu trabalho e reputação. O pai dele chega a ficar mais revoltado com o fato do filho ter conseguido um experimento que não conseguiu do que com o perigo que isso representou. Autora: Marcela Mariz lido e postado em 2017Albert tem 15 anos e acaba de receber um convite que pode transformar sua vida e de sua família para sempre: a chance de pertencer a uma sociedade avançada que só é revelada a um grupo especial de pessoas escolhidas.
Com a perspectiva de viver melhor, seus pais e sua irmã gêmea Ruth mergulham em um novo e empolgante mundo, em que a tecnologia extremamente desenvolvida torna tudo mais fácil e divertido, ao mesmo tempo em que o contato com a natureza preenche os dias com paz e tranquilidade. Porém, uma série de acontecimentos inusitados os faz desconfiar que há algo de estranho por trás daquele local aparentemente perfeito, de justiça e liberdade. Após receber ameaças, a família é arrastada para o centro de um escândalo, com séries acusações, tornando seu destino incerto, perigoso e obscuro. E muito longe do local que costumavam chamar de casa. O livro começa quando Albert tem um sonho com tsunami e um homem falando sobre Gaia. Pouco tempo depois, a família dele recebe a visita de Julius que diz ser de um planeta com esse nome e que eles foram escolhidos para ir morar lá. No começo, dá tudo certo e apenas o pai de Albert (Victor) não gosta porque lá é totalmente esotérico e ele é cientista. Ao longo do livro descobrimos que esse planeta são os sobreviventes de Atlântida que conseguiram se refugiar. Só que Victor e um amigo de outra família escolhida são acusados de roubo e de assassinar o presidente do planeta. As esposas deles resolvem tentar investigar e acabam presas também. Eu gostei da leitura, mas é claramente esotérico e ocultista. Imaginava que descobririam que todo o planeta era maligno e uma farsa e assim seria se fosse seguir a realidade. A parte mais legal e aproveitável é a que explica sobre os três tipos de sonhos: Os de reflexão (coisas do dia a dia), emocional (coisas do passado e subconsciente) e de revelação (mensagens importantes e geralmente são os que mais lembramos). Outro ponto interessante de reflexão é que o mundo perfeito não existe porque a natureza humana é naturalmente depravada, seja na terra ou em outro planeta (se isso fosse possível). Apenas Jesus pode nos curar disso quando reconhecemos que somos pecadores e precisamos que Ele nos salve. Ainda assim, nesse mundo continuamos sendo pecadores em busca de santidade e só seremos todos perfeitos depois da glorificação quando Jesus voltar. Interessei-me em comprar o livro porque a autora diz que se inspirou um sonho para escrever. Segue o relato dela ao site IG: “Quando eu tinha 16 anos, tive um sonho sobre um garoto insatisfeito com a sua vida, que recebeu um convite intrigante, capaz de trazer a transformação que esperava: a chance de fazer parte de uma sociedade secreta e avançada, que apenas se revela a seletos escolhidos. Na época, eu apenas anotei a ideia, planejando desenvolvê-la no futuro”. Fonte: http://odia.ig.com.br/diversao/2014-04-03/sonho-adolescente-se-transforma-em-livro-os-escolhidos-de-gaia.html O problema é que, provavelmente, ela não entendeu o significado. Eu também tive esse mesmo sonho no começo da adolescência quando sonhava em ser rica e famosa. Isso me serviu de alerta para o que apenas muitos anos depois eu descobri: os bastidores desse mundo da fama. Quem leia entenda! Spoiler: No final, descobrimos que havia um clã chamado “Ogof” que era contra imigração e, por isso, tentavam de tudo pra dificultar a vida dos escolhidos. Com o plano descoberto e os culpados presos, tudo volta ao normal. Autora: Bibi Ribeiro lido e postado em 2017Isabella nunca se encaixou em nenhum grupo. Se considerava estranha e tinha dificuldade em se relacionar com outras pessoas.
Então eis que surge uma grande oportunidade que vira todo o seu mundo de cabeça para baixo. Ela seria uma Procuradora de Princesas Perdidas, com a importante missão de encontrar as tão conhecidas Princesas de Contos de Fadas no meio de tanta gente comum (ou nem tanto) do Mundo Real. É claro que ela teria uma ajudinha. E esse parceiro é Lucas, um adolescente adorável que também se encontra perdido no meio dessa confusão em que as Princesas se colocaram. Como eles farão para encontrar essas Princesas quando essa busca envolve tantas situações complexas e sentimentos? Entre neste livro e viaje para o Mundo Real para descobrir o que acontece. Esse livro comprei em lançamento que a autora estava promovendo no stand da editora e até conversamos bastante lá no dia e também depois pela internet. Resolvi ler durante minha viagem de aniversário em fevereiro desse ano. O livro conta a história de Isabella, uma adolescente de 16 anos que não se dá bem com a mãe e é recrutada pela “Liga de busca real” para procurar princesas que se perderam quando vieram para o nosso mundo. Então ela descobre que a mãe dela também havia sido recrutada com essa idade. Quando ela falou isso, eu me identifiquei bastante porque os 16 anos também foram um tempo marcante pra mim: “O que tem de tão especial em ter dezesseis anos? Tudo acontece nessa idade, é?” Na tal liga, ela conhece Lucas e logo se tornam melhores amigos e namorados. Só que, ele se mostra distante em relação à vida pessoal até que ele lhe leva em casa e ela descobre que ele mora com os avós adotivos que o criam desde quando foi abandonado e, por causa dele, criaram um abrigo para cuidar de outros em situação de abandono. Então o livro vai alternando a busca das princesas com o relacionamento dos dois. Eles conhecem os príncipes e as histórias reais. Cada uma das princesas se perde em um pecado referente a alguma personalidade ou situação que teve na história. O trabalho deles é encontrá-la para convencer de que trilhou um caminho errado. Branca de Neve se tornou gulosa, Cinderela compulsiva por compras, e por aí vai... “As relações dos contos e da vida real... As princesas estavam perdidas em problemas nossos... O mundo que elas não conheciam... Os pecados que elas não conheciam e que nós mesmos caímos constantemente... Elas são tão como nós quanto qualquer um pode ser”. Um ponto que me marcou, até por causa da experiência que já tive nesse meio, é quando Isabella e Lucas estão suspeitando que uma das princesas fez pacto com o diabo e resolvem pesquisar sobre o assunto. Sim, a autora dá muitos detalhes e isso me surpreendeu bastante em um livro infantil: “Não conseguia acreditar que pessoas trocavam as coisas boas de Deus por satanás e seus bens materiais” De fato, muitos só têm interesse em dinheiro, fama e poder e, por isso, fazem pacto para ter essas coisas porque não amam a Deus e a ninguém, a não ser que esses possam lhes beneficiar. O que realmente não consigo entender é como pessoas fingem adorar a Deus e estão servindo ao diabo ou como negam a Cristo pra fazer isso. Já falei um pouco desse assunto quando resenhei o filme “O visitante”. No meio do livro, Lucas e Isabella brigam por um motivo totalmente fútil. Eu fiquei muito revoltada e triste com isso... Lembro de sensação parecida apenas quando assisti ao filme “As estrelas me mostram você” em que acontece algo semelhante. “Vocês acham que as princesas se perdem em algo ruim aqui, mas nas histórias elas eram perfeitas e ficam se baseando nisso... Simplesmente parem de ver as princesas como os seres perfeitos que elas não são! Ficará mais fácil quando perceberem que também nas histórias, elas têm defeitos e recaídas... Quando vocês virem as princesas como pessoas normais, vão entendê-las.” O que acho fascinante nos contos de fadas e nas mitologias em geral é que a quase totalidade é baseada na Bíblia ou na tradição oral. Antigamente, não existiam as Escrituras compiladas para Israel nem para a Igreja, e as histórias eram transmitidas oralmente ou pela arte sacra. Em povos que não conheceram a Lei e o Evangelho, ainda é assim. Há um livro chamado “O fator Melquisedeque” que ainda não li, mas sei que fala sobre isso. Claro que apenas a Bíblia é o registro fiel da Verdade, mas em todos os povos há histórias que servem de ponte. Estudei na faculdade sobre a estrutura do “monomito” que é a base de quase toda história e os passos são idênticos ao processo de conversão e santificação cristãs. Até o filme “Por que eu?” brinca com essa questão. Pode parecer confuso, mas vou dar alguns exemplos.
Enfim, se procurarmos com certeza acharemos mais coisas, mas isso é o suficiente por aqui. A única coisa que me chateou é que o livro acaba na melhor parte quando, finalmente, pensei que todos os mistérios seriam revelados e não foram porque se trata de uma trilogia com mais dois livros para serem lançados. “Pela primeira vez eu fui útil na vida de alguém. Pela primeira vez eu tive a chance de ajudar e mudar a vida das pessoas. E eu pude mudar a minha vida. Eu pude me mudar. Mas sabia que estava só no começo. Eu precisava me reencontrar e entender a minha história.” Spoilers: Depois de brigar com Lucas, Isabella sai da liga porque sente que não estava sendo valorizada. Ela logo é chamada para voltar porque não tem ninguém pra substituir, mas eles continuam se evitando. Trabalham juntos, são amigos, mas todos notamos que um ainda gosta do outro. No final, finalmente fazem as pazes, mas o livro deixa várias pontas abertas: O que Lucas ainda não contou pra Isabella? o que a mãe esconde dela? Por que Priscilla (funcionária da liga) age de forma perversa? Por que as princesas se perdem todo ano? Autor: Maurício Zágari lido e postado em 2017Já tinha ouvido falar dessa série há muitos anos através de um blog de ficção cristã, mas apenas nesse ano tive oportunidade de comprar. Não sei se já falei por aqui da minha dificuldade em resenhar séries, mas mesmo assim vou tentar. Os livros podem ser lidos de forma independente, mas é melhor seguir a ordem porque os posteriores fazem referência aos anteriores. O enigma da Bíblia de Gutemberg Um furto misterioso. Uma acusação injusta. E uma surpreendente jornada em busca da verdade. O enigma da Bíblia de Gutenberg relata as aventuras de Daniel, um jovem cristão determinado a encontrar respostas para um crime cometido dentro de sua própria igreja. Para isso, ele terá de enfrentar altos riscos, ao mesmo tempo que aprenderá lições valiosas sobre si mesmo e sua fé. Autor de bem-sucedidas obras sobre a vida cristã, Maurício Zágari agora nos apresenta seu talento como ficcionista nesta eletrizante narrativa, destinada a leitores de todas as idades que apreciam uma história envolvente e inesquecível. Preparado? Nesse primeiro livro da série, somos apresentados ao jovem Daniel, seus amigos e sua igreja. Só é um pouco confuso porque o prólogo do livro na verdade é o final e, por isso, no começo, não dá pra entender muito bem. A igreja está em polvorosa porque eles vão receber a visita do missionário Cláudio dos EUA com um raríssimo exemplar da Bíblia de Gutemberg. O problema é que quando começaria a exposição no culto, descobriram que ela, simplesmente, foi roubada. A partir daí, é uma tremenda confusão e a investigação começa. Pra piorar, o ladrão parece conhecer de Bíblia porque monta charadas baseadas em versículos e isso irrita a todos porque o criminoso estava usando as Escrituras sagradas de forma leviana. Daniel resolve investigar por conta própria e tem dois suspeitos: o zelador Sebastião que trabalha na igreja, mas todos suspeitam que não seja convertido porque não participa dos cultos; e Ricardo que mora na favela, era envolvido com o tráfico e vive fazendo perguntas sobre tudo o tempo todo. Seguindo esses suspeitos, o jovem Daniel se envolve em todo tipo de confusão, mas o pior ainda está por vir: por investigar, ele acaba se tornando o principal suspeito do crime pelo exímio conhecimento bíblico. Esse é o tipo de leitura fácil, mas ao mesmo tempo super edificante porque nos convida a tentar decifrar o enigma junto com os participantes. Confesso que, pela minha experiência em literatura e filmes de suspense, eu já estava desconfiando de alguma coisa, mas, mesmo assim, o autor conseguiu me surpreender porque o principal eu não descobri até chegar ao final. Um ponto que achei super positivo é o autor retratar Daniel e os outros cristãos como humanos passíveis de erros e pecados. Confesso que, em muitos livros e filmes cristãos, as pessoas são mostradas como sendo tão perfeitas que chegam a irritar. Essa característica está presente em todos os livros da série. Além disso, cada capítulo começa com uma citação bíblica e, ao longo do texto, também é cheio de referências e princípios bíblicos e cristãos. “Aprendi a não julgar pela aparência. A não julgar pelo passado. A valorizar cada minuto de convívio com aqueles que nos amam. A viver exclusivamente pela Verdade. A jamais fazer algo ilegal. A saber pedir perdão quando for necessário. E que, com Jesus, o crime realmente não compensa”. Spoiler: Foi uma grande surpresa o mistério ter sido solucionado por causa das versões bíblicas diferentes. Eu tenho certo conhecimento bíblico, mas não saberia identificar algo assim jamais! Desde o começo, sabia que Sebastião e Ricardo não tinham nada a ver com o crime, mas cheguei a desconfiar até de Marcos (amigo de Daniel). Também achava algo esquisito na história de “Cláudio” porque sei que a imprensa foi inventada pouco tempo antes da reforma protestante que foi no começo do século 16 e nunca no século 14. Entretanto, não tinha conseguido montar todo o quebra cabeça. Fiquei muito curiosa esperando a reação de Sebastião ao saber que Daniel invadiu sua casa, mas isso não aconteceu rsss 7 enigmas e um tesouro |
AutoraÁlefe Histórico
Novembro 2021
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